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Bem-estar

Setembro Amarelo: cuidado integral para a saúde mental e física dos idosos

Escrito por: Geovana Pires Rodrigues

Bacharela em Educação Física pela Faculdade de Educação Física e Dança – FEFD/UFG. Mestranda em Ciências da Saúde – PPGCS/FM/UFG. Personal Sênior na Saúde Sênior – Exercício Físico, Reabilitação e Bem-Estar. Professora de Natação, Hidroginástica, Treinamento Funcional e Musculação.

O mês de setembro é marcado pela campanha do “Setembro Amarelo”, que visa dar notoriedade a um tema tão delicado como o suicídio. O objetivo é promover a conscientização e a prevenção do suicídio, abrindo espaço para o diálogo em sociedade sobre a saúde mental.

O “Setembro Amarelo” está em vigor desde 2014, ano em que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), incluiu essa campanha no calendário brasileiro. Além disso, no dia 10 de setembro é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, consolidando o “Setembro Amarelo” como a maior campanha antiestigma do mundo. Para este ano de 2024 o lema é: “Se precisar, peça ajuda!”.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é “um estado de bem-estar que permite às pessoas lidar com o estresse da vida, desenvolver suas habilidades, aprender e trabalhar de forma eficaz, além de e contribuir para a comunidade” (OMS, 2014).

Além disso, a saúde mental está diretamente relacionada ao bem-estar emocional, psicológico e social, fatores que influenciam como as pessoas se comportam, pensam e sentem em relação à sociedade.

Portanto, saúde mental não se limita apenas à ausência de transtornos mentais, pois abrange também deficiências psicossociais e outros estados que causam sofrimento significativo, prejuízos funcionais e riscos de autoagressão (OMS, 2022).

Nessa perspectiva, o tema é especialmente relevante para os idosos, que frequentemente enfrentam desafios como isolamento social, perda de entes queridos e, sobretudo, doenças crônicas e degenerativas.

Nos idosos, todas essas questões podem aumentar o risco de ansiedade e a predisposição para a depressão, fatores que podem contribuir para ideações suicidas. Nesse cenário, surgem estratégias adicionais que podem melhorar, proteger e até restaurar a saúde mental, sem a necessidade de recursos farmacológicos ou de alto custo.

Entre as possíveis ações, destaca-se a prática de atividades e exercícios físicos, que se constituem como uma intervenção não medicamentosa eficaz que previne o declínio cognitivo e reduz os sintomas de transtornos mentais (OMS, 2020), promovendo assim, a saúde mental. Além disso, a atividade física pode atender às necessidades de pessoas em sofrimento, proporcionando qualidade de vida, um dos pressupostos estabelecidos pela OMS (OMS, 2022).

Dessa forma, é fundamental compreender a saúde mental em relação à saúde física, considerando-as como elementos interdependentes (OMS, 2001). Nesse contexto, a prática regular de atividades físicas, incluindo exercícios físicos, se destaca como uma poderosa ferramenta na promoção da saúde física e mental, contribuindo para o bem-estar geral dos idosos e também de seus familiares.

No que diz respeito ao exercício físico, essa prática oferece benefícios que vão além da saúde física, pois, quando realizada regularmente, pode se tornar uma estratégia profilática, terapêutica e eficaz na redução de doenças neurológicas e mentais em diversos públicos.

A ciência, por meio de diversos estudos atuais, demonstra que a atividade física pode melhorar aspectos como autoestima, autonomia, motivação, prazer, satisfação, saúde e condicionamento físico. Ademais, contribui também para a redução de variáveis negativas relacionadas à ansiedade, depressão, raiva, estresse e oscilações de humor.

Diante disso, para os idosos, movimentar o corpo pode ser uma forma de se reconectar com a vida social e conquistar autonomia. A participação em atividades em grupo ou com profissionais capacitados, voltados para atender às necessidades desse público, também proporciona uma maior sensação de independência.

Sendo assim, a prática de atividades físicas, como caminhadas ao ar livre, alongamentos, exercícios funcionais, hidroginástica ou danças, estimula a produção de endorfinas, conhecidas como “hormônios da felicidade”, promovendo uma sensação de bem-estar e relaxamento. Sem contar que essas atividades podem melhorar a qualidade do sono, frequentemente prejudicado em pessoas com distúrbios emocionais.

Nesse contexto, a campanha de Setembro Amarelo também incentiva a prática regular de exercícios entre os idosos como uma forma de cuidado integral, abrangendo corpo e mente.

É importante destacar que contar com uma rede de apoio social é fundamental na prevenção de transtornos psicológicos e, consequentemente, na redução do risco de suicídio, tanto para a pessoa idosa quanto para aqueles ao seu redor.

Portanto, cuidar da saúde mental é uma prioridade em qualquer fase da vida, e o exercício físico se mostra como uma ferramenta valiosa nesse processo ao longo de todas essas etapas.

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